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O inicio de um sonho

Carlos Alberto Nogueira (Roraima, 1944 – Rio de Janeiro, 1996) foi um metroviário que com a ajuda de 5 amigos criou a Casa do Caminho em 1982, dando seguimento a um trabalho iniciado em 1980 na Fraternidade dos Irmãos Menores, uma irmandade cristã, de levar alimentos aos moradores de rua no centro da cidade do Rio de Janeiro.

No início foram morar no sítio os próprios fundadores e os primeiros irmãos recolhidos das ruas e jovens voluntários que aderiram ao projeto, formando assim uma pequena comunidade. Com a chegada das primeiras crianças vindas das ruas foi necessário a construção de uma escola, construída nos fundos do imenso terreno. A Escola Rural Divina Mãe funcionou por 13 anos e atendeu além dos abrigados as crianças da região, pois não havia centros de ensino no local.

Por motivo de saúde, em 1995, o fundador se afasta da CRCC e logo depois é criada a Sociedade dos Amigos da Casa do Caminho por amigos e apoiadores do projeto. Iniciativa fundamental para a continuidade dos trabalhos.

Com a nova fase a instituição passou a priorizar projetos com crianças e adolescentes em risco social. Foram contratados profissionais para cuidar da administração, educação, saúde e bem estar dos abrigados. A casa cresceu. Para auxiliar nos trabalhos foi criado um projeto de voluntariado internacional. Em 2003 chegaram os primeiros e até 2018 já havia passado pela instituição mais de 600 pessoas vindas de todo o mundo.

 

Carlos Alberto Nogueira morreu no fim dos anos 1990 e a sociedade continuou sob a direção do seu Presidente atual, Renato Pinto Campos, um dos membros originais, que preserva os princípios de seu fundador de acolher os irmãos que mais necessitam.

Amigos da Casa

 

Naquele momento foi necessário juntar um grupo para dar apoio financeiro aos projetos e assim nasceu a Sociedade dos Amigos da Casa do Caminho

 

Logo no início chegaram Edmundo, Cristina Alkain, Ricardo Ferraz e Stael que foram fundamentais e estiveram por muitos anos dando apoio a instituição.

 

Em 1999, a partir do falecimento de seu filho aqui no Brasil, o Sr Hans Eberhard, alemão da cidade de Heppenheim, chegou a Casa do Caminho com a proposta de ser um amigo e auxiliar o trabalho. Começou a fazer arrecadação de dinheiro, primeiro entre os amigos e depois com um realejo por festas e praças e escolas da sua cidade. Todo o dinheiro arrecadado ele enviava para as obras e projetos da Casa do Caminho. Sr Hans foi o principal responsável pelo crescimento das instalações da sede, localizada no afastado bairro de Rio de Areia e será sempre lembrado como um dos maiores colaboradores da Casa do Caminho.

 

Outro nome importante nesta história foi Bart Bijen, holandês da cidade de Beek, que conheceu a instituição por um site e se ofereceu como voluntário. Chegou em 2003 e posteriormente trouxe vários amigos para auxiliar no cuidado das crianças. Com sua iniciativa arrecadou dinheiro em seu país e construíu uma quadra de esportes coberta na sede, centro cultural e uma escola de línguas em Ipanema, voltado para auxiliar o abrigo de Xerém. Foi gerente administrativo por muitos anos.

 

Muitos outros nomes foram importantes na história da Casa do Caminho. Tanyamar fez parte do grupo inicial que foi morar no Rio de Areia e auxiliou até o trabalho se estabelecer.  Ana Doval e Ovídio, psicólogos de formação, auxiliaram na organização administrativa e fizeram parte da primeira equipe técnica e foram responsáveis pelas crianças perante autoridades, escolas e centros de saúde.

 

Outra pessoa importante e que até hoje contribui de forma decisiva com os rumos da Casa é Maria Verônica Balbino Campos, que chegou como educadora, fez parte da diretoria e hoje dirige a parte assistencial da instituição.

Oldiney Dutra chegou na mesma época da criação da Sociedade e se envolveu como voluntário e fez parte de várias diretorias.

Muitos pessoas chegavam com doações, outras pedindo ajuda ou querendo conhecer as crianças que brincavam. Voluntários de todos os cantos do planeta chegaram de boa vontade e amor no coração para trabalhar em beneficio do próximo. A Casa do Caminho sempre esteve com as portas abertas para receber a todos.

Faça também parte desta história.

 

Rio de janeiro, novembro de 2019

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